Obra geminada ao livro de crônicas, a versão poética do Andarilho de Malabo demonstra o caráter experimental de uma poesia com foco nas relações humanas mas vai de cabeça ao fundo do poço. Segundo o poeta Carlos Nejar (1939-), da Academia Brasileira de Letras, Raul de Taunay “não é o poeta da razão, do acomodamento arquitetônico das palavras, mas sim da solidão da África, do poço arcaico de Malabo (palavra sonora e mágica), que penetra nas entranhas do leitor com um magnetismo crucial a nos revelar mundos mágicos, de desertos e muezins, ilhas e florestas, imagens e sonhos, onde a alma se rende ao estrépito do desconhecido e a palavra nos subjuga entre o amor à terra e aos seus seres e fantasmas”.
O Andarilho de Malabo (Poesia, 7 Letras, 2015)