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O grande tesouro

“Dizem que uma verdadeira sereia teria sido encontrada em TelukPahang, na Malásia, assim como contam que os dragões brancos Komodos foram aprisionados e mortos por arpões de pescadores locais; narram até que na floresta tropical de Chewong, os nativos daquele país, antes de verem o mundo ser inundado pelo dilúvio das águas, foram prevenidos com antecedência, como Noé, pelo Deus criador local, Tohan, conseguindo se salvar para construir um novo mundo, tantas são as lendas que por ali revelam que o mundo em que vivemos – lá chamado de Terra Sete – vira sempre de cabeça para baixo e é

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Brasilidade

  “Quem morou na África dos anos setenta sabe o quanto era difícil encarar as coisas; no meu caso, as malas diplomáticas chegavam uma vez por mês trazendo revistas, jornais e um monte de papelada sobre a qual me debruçava nos fins de semana, enfurnando-me detrás da escrivaninha, caneta em punho, para responder às solicitações da nação brasileira; todavia as malas traziam também livros de Jorge Amado, Erico Veríssimo, Monteiro Lobato, Guimarães Rosa, Fernando Sabino, e até do Visconde de Taunay , meu bisavô, com sua Inocência, tão bela e meiga, convertida para nós em realidade naquelas coleções antigas que

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Aquele caminho

“Nos aventuramos a começar do início como se fosse a conclusão do que nem terminou ainda, assim como podemos terminar o que mal começamos, enquanto ainda temos o sangue fervendo, os ossos crescendo e uma história a contar; todavia, sempre que possível, colocamos os pés no chão, delicadamente, e caminhamos até os rios que estiverem próximos a nós para desenhar, nas margens, mapas do lugar ou lugares onde vivemos; não será preciso atravessar pontes, nem entrar nos navios para cruzar os mares, apenas desenharemos em terra firme nossos croquis, esquecendo as febres que nos arrebataram, os calafrios que nos sacudiram,

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Humanidade de extremos

  “A humanidade é de extremos embora neles não saiba viver. Entre o abismo e o espaço, entre o fundo do poço e o cume da abóbada, entre a brevidade extrema e a prolixidade exagerada, os homens e as mulheres não suportam nem carências nem exageros. E, no fundo, isso é simples de se conceber, pois é natural que, para o ser humano, tanto o frio quanto o calor sejam insuportáveis; estamos sempre intimados a escolher a medida do meio, nem tanto ao mar, nem tanto à terra, nem no deserto nem na geleira, nem o mofado atraso nem a radical

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Múltiplos fascínios

  “À sombra da varanda, silenciosos e atentos, aspiramos no mais profundo de nossas mentes, por um breve momento de arte para descrever com clareza e fino senso as páginas esplêndidas que a natureza descortina para nós a todo instante; as dores destes tempos passarão e o essencial se enraizará: o alento humanista, o verso sublime, a risada matinal; devemos compreender que a vida é melhor se não tiver qualquer significado e que a originalidade não é saber o que escrever e sim sentir o que jamais se escreverá. O sol rasga distâncias para nos aquecer; aproveitemos. Chocolates, vinhos, cervejas… Imponências,

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Espetáculo da descoberta

  “Sempre existirão êxodos, fluxos e descobertas, pois somos organismos vivos em constante movimento; sujeitos inconformados seremos sempre uns loucos, se formos meditativos, uns insensatos, e se formos aventureiros, pior ainda; a errância e o extravio castigam quem ousa investigar o desconhecido, culminando muitas vezes na desgraça, no abandono ou, no extremo oposto, no retorno glorioso do reprimido; e quando isso ocorre, esse experimentador bíblico viverá glórias ou virará lenda com sua pesada mochila de mapas, bússolas e provisões, seus pensamentos insatisfeitos e sua nostalgia de mundos maravilhosos; o sentido de aventura nos levará ao fundo e nos trará de

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