Biografia

Raul de Taunay nasceu em Paris, França, sendo brasileiro de acordo com o artigo 129 da Constituição de 1946. É o segundo de sete filhos do diplomata e professor, Jorge d’Escragnolle Taunay, casado com Mary Elizabeth Penna e Costa d’Escragnolle Taunay, igualmente professora universitária. Recebeu na infância uma educação abrangente, aprofundada no humanismo do ensino francês e pela vida nômade que os pais levaram entre a Europa e os Estados Unidos. Viveu seus primeiros anos em França e Dinamarca, depois Estados Unidos, México, Peru, Argentina e Brasil. Fez o curso secundário nas cidades do Rio de Janeiro, Barcelona, Montevideo e Londres, havendo concluído o colegial em Cape Town, África do Sul. Voltou ao Brasil em 1969 para iniciar a vida universitária na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, onde se formou em Direito. Durante os anos de faculdade produziu o caderno de versos Visuais de Aquário, que originou seu primeiro livro, Poética do Novo Bardo (Editora/Gráfica Geni). Passou no concurso do Instituto Rio Branco e iniciou a carreira diplomática como terceiro-secretário. Ascendeu a todos os escalões da carreira diplomática sendo promovido a embaixador por merecimento em 2009. Nesse mesmo ano, o presidente da República outorgou-lhe a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco, que vem a ser a maior honraria da carreira diplomática, dedicada a premiar serviços relevantes prestados à Nação. Como escritor, é autor de quatro romances, oito livros de poesia, um livro de contos, outro de ensaios, e vários artigos e análises do cenário internacional. O poeta Carlos Nejar (1939-), membro da Academia Brasileira de Letras, comparou-o a Rimbaud (poeta francês, 1854-1891) pelo dom de “recobrar nas palavras todas as confluências de sua poesia errante, de país em país, carregando o eito de si mesmo, procurando alguma constelação perdida”. Dinah Silveira de Queiroz (1911-1982), também membro da ABL, escreveu na introdução do primeiro romance de Raul, O Menino e o Deserto: “vindo de cepa ilustre, e dela trazendo o dom das letras, mostra na escrita a marca profunda de sua personalidade, uma voz antiquíssima que conta e canta o eterno mistério humano”. O poeta brasiliense Nicolas Behr (1958-), na contracapa do livro de crônicas O Andarilho de Malabo (7Letras, 2015), escreveu: “em Raul de Taunay a criação brota, jorra natural, aos borbotões. Andarilho do mundo, poeta do mundo”. Antônio Carlos Secchin (1952-), membro da ABL, na apresentação do livro Poemas ao desabrigo (7Letras, 2017), completa: “(…) em sua obra inexiste a vazante: tudo nela é ímpeto, aventura de um temperamento medularmente lírico, ainda que expresso, muitas vezes, em formas regulares e rimadas”. Em 2005, a Academia Brasileira de Letras outorgou-lhe a Medalha João Ribeiro, que desde 1962 homenageia pessoas ou instituições nacionais que se destacam no âmbito editorial e cultural brasileiro.